Marcelo Buzato (UNICAMP) e Cristine Severo (UFSCar) coordenaram GT sobre poder na Web 2.0, e IX CELSUL

27 10 2010

Marcelo Buzato  coordenou o GT “Web 2.0: questões de poder, identidade e cultura” no IX CELSUL, em parceria com Cristine Gorski Severo, da UFSCar.
Vejam o resumo:

Existe presentemente toda uma gama de discursos em torno das tecnologias da comunicação digital segundo os quais tais tecnologias seriam ‘por natureza’ libertárias, democráticas e emancipadoras, não apenas no sentido de oferecerem uma maior abertura para as diferenças culturais como também de propiciarem uma circulação ampliada para vozes ditas excluídas, periféricas ou oprimidas. Tais discursos defendem que a Web 2.0 congregaria possibilidades ampliadas de participação social e política, de produção e circulação de ‘conteúdos’ locais, assim como a emergência de novas identidades apoiadas numa multiplicidade de relações que extrapolam as espaço temporalidades tradicionais. Esses discursos têm se intensificado com o advento da assim chamada Web 2.0, designação que busca abarcar mudanças recentes no perfil dos negócios bem-sucedidos na Internet, os quais se apoiam na valorização da relação entre conteúdos e relacionamentos sociais que os contextualizam, em detrimento do acúmulo de conteúdos, assim como no encontro e interação entre as pessoas, em detrimento da mera busca de textos e informações de tipos variados. São exemplos de negócios típicos da Web 2.0 sites de redes sociais tais como Orkut e Facebook, sistemas de compartilhamento de conteúdos tais como You Tube e Flickr, repositórios colaborativos de hipertextos informativos tais como a Wikipedia e serviços de microblogging tais como Twitter. Esta proposta se justifica pela necessidade de problematizar a natureza supostamente libertária dessas tecnologias, colocando em evidência a complexidade que envolve o objeto (tecnológico) multifacetado e transdisciplinar e agregando em torno da sua compreensão reflexões discursivas, políticas, sociológicas e culturais. Trata-se, para tanto, de colocar em tela discussões e estudos que giram em torno dos conceitos de poder, liberdade, identidade, cultura, inclusão e exclusão digital, entre outros, de forma a tanto repensar a dimensão destes conceitos à luz de novos objetos, como a expandir a compreensão da realidade dialógica e política que envolve as tecnologias digitais. Isto posto, este simpósio agrega propostas que visem tematizar o funcionamento do poder em práticas discursivas e não discursivas circulantes na e por meio da Web 2.0. Entre os temas que interessam discutir nesta problemática, destacamos: (i) distinções entre o social e o político na Internet vista como ‘esfera pública’ e as implicações dessas distinções para a formulação de políticas educacionais e de produção cultural no Brasil; (ii) a não neutralidade dos arranjos ‘técnicos’ que facultam e gerenciam os modos de produção, circulação e de recepção dos discursos na Web; (iii) mapeamentos e fronteiras culturais nos espaços interativos da Web 2.0 e sua relação com o funcionamento do poder; (iv) imbricações mútuas entre a cultura digital e as culturas oficial, erudita, popular, de massa e do quotidiano, ditas ‘off-line’; (v) ‘novos’ modos de subjetivação configurados na/pela Web 2.0 como práticas de resistência; (vi) a dimensão ética nas relações dos sujeitos consigo mesmos, com o outro e com a própria tecnologia nos espaços da Web 2.0; (vii) as noções de ‘inclusão’ e de ‘exclusão’ (social, digital) em relação aos itens anteriores.


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