Resumos e minicurrículos dos palestrantes do Colóquio LFCD

24 06 2010

Júlio César Araújo

(Hiperged/PPGL/UFC)

Professor pesquisador no Programa de Pós-Graduação em Linguística do Departamento de Letras Vernáculas da UFC, onde desenvolvendo pesquisas e orienta dissertações e teses sobre hipertexto, gêneros digitais, letramentos na web, convergência de mídias e EaD. É coordenador do grupo de pesquisa Hiperged, vinculado ao PPGL da UFC. Atualmente é vice-presidente da Associação de Linguística Aplicada do Brasil (ALAB) e vice-presidente da Associação Brasileira de  Estudos de Hipertexto e Tecnologia Educacional (ABEHTE)

[http://www.julioaraujo.com; araujo@ufc.br]

Considerações sobre o internetês: mobilizações e processos epistêmicos

Em minha fala, pretendo apresentar e discutir o internetês sob uma perspectiva diferente dos pontos de vista alarmantes dos puristas e gramatiqueiros de pla[n]tão, ou seja, daqueles que o veem como uma degradação da escrita ou que defendem sem uma reflexão mais apurada apenas o uso canônico da lingual. Em acréscimo, não tratarei tampouco o internetês como um outro idioma, mas apenas como uma das muitas maneiras de grafar, em nosso caso, a língua portuguesa. Por isso, a atividade de grafar o português em práticas informais de uso da língua na Internet será analisada, em minha fala, à luz da teoria da relação com o saber, proposta por Charlot (2000), como um saber a mais em relação aos usos que podemos fazer da língua que falamos/escrevemos. Dado que nessa perspectiva o saber é algo situado, espero que a análise evidencie a escrita informal na web como uma atividade que mantém estreita relação com o ambiente internetiano em que ela se realiza. Assim, por entender o internetês como um saber situado, minha comunicação destacará as mobilizações em torno de seu uso, bem como analisará as figuras do aprender e os processos epistêmicos que circundam essa prática de escrita na Internet.


Marko Sinésio Alves Monteiro

(DPCT- IG/UNICAMP)

Graduação em Antropologia (1997), Mestrado em Antropologia Social (2000) e Doutorado em Ciências Sociais (2005), todos pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Realizou também estágio de pós-doutorado na University of Texas at Austin, junto ao programa de Ciência, Tecnologia e Sociedade (2008), e no Departamento de Política Científica e Tecnológica da UNICAMP (2010). Suas pesquisas abarcam os seguintes temas: antropologia da ciência e da tecnologia; culturas visuais da ciência, gênero, masculinidades e mídia, biotecnologias e o corpo, visualidade do corpo na ciência e na medicina. Atualmente é professor no Departamento de Política Científica e Tecnológica da UNICAMP, com pesquisa etnográfica sobre práticas de sensoriamento remoto.

[http://www.artnet.com.br/~marko/markomain.htm; markosy@uol.com.br]

A produção de sentidos na prática científica: etnografando visualizações digitais

A crescente incorporação de visualizações digitais nas práticas de produção de conhecimento contemporâneas torna cada vez mais oportunas pesquisas sobre os processos de produção e interpretação dessas imagens, a fim de melhor compreender a produção de conhecimento na ciência atual. A partir de referências dos chamados Estudos Sociais de Ciência e Tecnologia (ESCT) e da Antropologia da Ciência e da Tecnologia, esse trabalho busca pensar criticamente práticas de produção e interação com objetos digitais na ciência. O trabalho analisa dados colhidos a partir de uma etnografia feita entre 2006-2008 junto a um grupo de cientistas localizados no sudeste dos EUA. Essa equipe multidisciplinar de cientistas buscava produzir modelos computacionais preditivos de processos biológicos, fazendo uso intensivo de visualizações em seu trabalho. O nosso objetivo, portanto, é pensar as formas de interação entre cientistas e visualizações a fim de a) repensar o conceito nativo de que visualizações “simplificam” a apreensão de dados complexos; b) refletir sobre um quadro analítico focado apenas no “visual” como forma de apreensão de sentidos; c) propor formas de interpretação dessas práticas enquanto atividades incorporadas de construção de sentido compartilhado a respeito da natureza. Esse tipo de pesquisa busca contribuir tanto com as pesquisas dos ESCT sobre representação científica quanto com pesquisas interessadas em compreender a construção de sentidos a partir de imagens digitais.


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